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Bombeiros de Baltar Concretizam Sonho de Criança Doente

Bombeiros de Baltar Concretizam Sonho de Criança Doente

Gustavo tem sete anos e passa muito do seu tempo internado em hospitais para combater uma leucemia diagnosticada quando tinha pouco mais do que 36 meses de vida.
A dureza dos tratamentos de que tem sido alvo ao longo deste período não lhe retirou, no entanto, a vontade de concretizar dois desejos. O de ter uma Playstation portátil (PSP) e o de ser bombeiro. Nesta segunda-feira, a corporação de Baltar, em Paredes, ajudou a que este segundo sonho fosse, em parte, realizado. Gustavo passou a tarde a fazer patrulhas no monte, a ver os carros de incêndio e até a mexer nos comandos dos helicópteros estacionados no hangar.
“O melhor dia da vida”, resumiu a criança que contou com o empenho das voluntárias da Make-a-Wish, fundação internacional que tenta concretizar os mais variados sonhos de meninos e meninas com doenças graves.

 

Recaída obriga a transplante de medula óssea

 

“Mamãe, este está a ser o melhor dia da minha vida”, afirmou o pequeno Gustavo, enquanto dava um abraço que levou a progenitora às lágrimas e emocionou todos os que estavam no quartel dos Bombeiros Voluntários de Baltar.
Nesta altura da tarde de terça-feira, o menino de sete anos já tinha andado a patrulhar montes num carro de incêndio, visto todos os carros da corporação e até já tinha estado sentado no cockpit do helicóptero do INEM estacionado em Baltar. Era o concretizar de um sonho demonstrado desde muito novo. “Ele sempre gostou dos bombeiros. No Brasil sempre ficava entusiasmado quando via um carro a passar e aqui esse gosto cresceu com um maior contacto com os bombeiros”, conta a mãe.
Gustavo Henrique Ferreira da Silva nasceu no Brasil, país onde viveu os primeiros anos da sua vida como uma criança perfeitamente normal. Porém, aos três anos foi-lhe diagnosticada uma leucemia e tudo mudou.
Gustavo passou a fazer tratamentos intensos que o deixavam muito debilitado, mas que davam a impressão de estar a terminar com a doença. Mais tranquila relativamente à saúde do filho, a mãe emigrou, há cinco anos, para Espanha, país onde recebeu Gustavo em Fevereiro do ano passado. Pouco tempo depois, a família mudou-se para Chaves, onde, em Dezembro de 2011, o menino teve uma recaída. “Desde essa altura, que o Gustavo tem estado muito tempo internado no IPO do Porto. A primeira vez esteve internado quatro dias seguidos e, em seguida, regressava para fazer tratamentos de mais de um mês”, explica a mãe.
O menino de sete anos foi submetido a quimioterapia e radioterapia para evitar fazer um transplante de medula óssea que, todavia, se tornou inevitável. “No início, não era para fazer um transplante, mas o tratamento não resultou”, lamenta a progenitora.
Gustavo esteve os últimos cinco meses à espera de um dador compatível, mas a boa notícia chegou recentemente. O transplante da medula óssea deverá acontecer dentro de mês e meio, mas até lá a criança tem de continuar em tratamento.

 

Make-a-Wish concretiza sonhos de crianças doentes

 

E foi em tratamento que Gustavo conheceu as voluntárias da Make-a-Wish Carla Silva e Joana Proença. Esta fundação internacional dedica-se a concretizar sonhos de crianças entre os 3 e os 18 anos com doenças que coloquem em risco a sua vida e aprovou o pedido do menino de Chaves. “Quando fizemos uma primeira entrevista com o Gustavo ele mostrou desejo em ter uma PSP, mas também falava muito em bombeiros. Nesse sentido, escolhemos trazê-lo a um quartel”, explica Carla Silva.
Residente em Baltar, esta jovem contactou a corporação desta freguesia que, de imediato, se mostrou disponível para concretizar o sonho do menino. Depois de um almoço em que comeu o prato favorito – arroz com feijão e picanha – Gustavo foi recebido pelos bombeiros, que o levaram numa patrulha pelos montes das redondezas. Mostraram-lhe, em seguida, todas as viaturas e ainda os helicópteros do INEM e de combate a fogos estacionados no hangar. Já com capacete e fato de bombeiro, Gustavo experimentou também trabalhar com uma agulheta de água antes de receber a PSP das mãos dos representantes do banco Barclays, que patrocinou a consola. “Está a ser muito bom, mamãe. Nunca mais me vou esquecer deste dia”, afirmou o pequeno. “Espero que este dia o vá ajudar a passar a fase dura do transplante”, complementou a mãe.

 

Fonte: verdadeiroolhar.pt